sábado, 1 de maio de 2010

Mão à palmatória

Quando Jesus Cristo transformou água em vinho, a multidão bateu palmas, em sinal de aprovação.  Naquela época, esse gesto bobo de fazer barulho com as mãos já era bem popular, segundo estudiosos. Aliás, como eles sabem disso, afinal de contas? Com base em quê os pesquisadores estimam essas datas? "Hum, pelo jeito esse vaso aqui deve ser de uns 5 mil anos atrás, olha como tá imundo!"

Mas aplaudir nem sempre é algo positivo, convenhamos. Se você derruba um copo de vidro no chão e alguém bate palmas lentamente - CLAP, CLAP, CLAP-, com uma cadência irônica, sabemos que é em sinal de reprovação e, por isso, apanhamos um dos cacos de vidro e jogamos na direção da pessoa.

Em longos e entediantes discursos, também há uma espécie de aplauso do mal. Para estimular o palestrante a calar a boca, parte da plateia bate palmas fora de hora, aproveitando as pausas para respirar. "Desta forma, a pujança econômica toma dimensões interestaduais, haja vista que os impostos são distribuidos entre todos os integrantes da cadeia produtiva" - CLAP CLAP CLAP CLAP (palmas fora de hora puxadas por um gaiato).

Como as pessoas faziam antes de inventarem os aplausos? Aposto que mostravam um joinha, com os polegares para cima. Até que certo dia, numa apresentação medieval, alguém deixou cair um copo de vidro no chão.

PS: Jesus Cristo não transformou água em vinho.

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