Geralmente, a escolha é feita entre duas ou três péssimas opções. Há sofrimento em todas elas. Se decidimos pisar em falso sobre o terreno da simulação, é preciso jogar o jogo proposto. Repetir meias verdades a todo momento, agir de acordo com outras leis que não as da própria razão.
Se enveredamos para a vileza individual da realidade, somos reduzidos a quase nada, tal como viemos ao mundo. Contamos somente com a tranquilidade da mente, fruto da honestidade para conosco. A incompletude se torna mais palpável. Sentimos medo do escuro.
Como é difícil ter razão! Abdicar de todos os enganos, das falsas certezas, dos abismos emocionais.
Concluímos que a verdade é um balde de água gelada derramado sobre as doces ilusões. E então desmancham-se as muletas existenciais, como açúcar molhado. Sobra muito pouco. Apenas uma convicção amarga, uma certeza fria, racional, solitária.
Somos instados a decidir a nossa causa mortis enquanto nos resta vida. Escolhemos o carrasco, o método de execução, as ferramentas usadas. Outra opção é morrer de dúvida.
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