sábado, 19 de setembro de 2009

Em Moscou, dançando pagode russo

O show foi bom, acho. Não sei. Hoje em dia, nesse mundo pós-moderno, todo show é bom e é ruim ao mesmo tempo. Quando termina a apresentação, não dá pra falar nada; nem elogiar nem criticar. Só dá pra olhar pro outro e comentar: "que show, hein? Será que vai chover?"

Começou assim: dois homens apanharam umas cornetas e ficaram corneteando, como se fossem acordar um batalhão do exército. Aí apareceu o sanfoneiro, que deve ter errado o caminho do forró pé-de-serra. Mas não se fez de rogado. Aproveitou o fom-rom-fom-fom das cornetas e tocou uma coisinha.

Aí pronto. Como não tinha zabumba e triângulo, um rapaz trouxe o violão dele, que de tão grande, só dava pra tocar se fosse com o bicho em pé. Ai o outro menino apareceu batucando em um monte de balde, segurando duas colheres de pau. Foi uma festa danada!

Não sei se o sanfoneiro já tinha tomado umas lapadas de cana, mas tinha hora que a música parecia de enterro, ou então de casamento. Vai ver tinha alguém casando, mesmo, ou... morrendo? Valhei-me minha Nossa Senhora! Deus o livre e guarde.

Só sei que não teve rala-bucho. Ninguém dançava de verdade. Quer dizer, tinha umas enxeridas que ficavam com os braços alevantados, como quem tá catando goiaba no pé. Até onde eu sei, isso não é dançar.

Mas nada se pode falar, nesse mundo pós-moderno. Que show, hein?

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